O que o algoritmo do LinkedIn revela sobre autoridade no Direito em 2025
Dados inéditos, insights acionáveis e recomendações práticas para sócios e equipes de marketing jurídico que querem usar o LinkedIn como alavanca de reputação e negócio.
O LinkedIn já ultrapassou a marca de 1 bilhão de usuários no mundo, consolidando-se como a principal rede social profissional do planeta. No Brasil, são mais de 80 milhões de contas ativas, o que nos coloca entre os três maiores mercados globais da plataforma, atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia.
Mas o que impressiona não é apenas o tamanho da base, e sim o grau de sofisticação que a plataforma atingiu como canal de construção de autoridade, visibilidade e negócios, sobretudo depois que a Microsoft comprou a empresa em 2016.
Na advocacia, isso tem implicações diretas. Nunca foi tão estratégico saber como o algoritmo do LinkedIn distribui o conteúdo e, por consequência, quem ganha ou perde relevância. Sócios que constroem uma presença consistente na rede estão à frente na disputa pela confiança do mercado. Escritórios que articulam bem suas marcas pessoais com sua marca institucional criam um efeito multiplicador difícil de replicar em outros canais. E departamentos de marketing das bancas que acompanham os sinais do algoritmo conseguem fazer mais com menos, ampliando o alcance sem depender exclusivamente de mídia paga.
Foi nesse cenário que surgiu um dos estudos mais aguardados do ano: o Algorithm Insights 2025, conduzido por Richard van der Blom, uma das maiores autoridades em comportamento do LinkedIn no mundo. O relatório analisou mais de 1,8 milhão de posts ao longo de um ano e trouxe uma série de dados inéditos sobre o funcionamento do algoritmo, com destaque para o declínio do alcance orgânico, a valorização do engajamento qualificado, o impacto dos formatos de conteúdo e, principalmente, a diferença brutal entre o desempenho de perfis pessoais e company pages.
Este artigo apresenta os principais aprendizados do estudo, traduzidos para o contexto do marketing jurídico. Não se trata de uma mera tradução técnica do relatório. É uma curadoria aplicada, pensada para quem ocupa posições-chave em bancas de advocacia: sócios que desejam fortalecer sua presença, profissionais de marketing jurídico e business development (BD) que coordenam estratégias digitais, e gestores que precisam tomar decisões sobre conteúdo, mídia e reputação.
Em um ambiente digital cada vez mais competitivo, saber como o algoritmo funciona não é um detalhe. É uma vantagem, que poucos profissionais no mercado jurídico conhecem.
A mudança de lógica no marketing jurídico
Na semana passada, escrevi sobre o colapso silencioso das marcas sem rosto. Um movimento que vem se consolidando há anos, mas que ganhou força definitiva nos últimos anos quando a autoridade institucional passou a ser insuficiente diante da demanda do mercado por humanidade, clareza e conexão. Em outras palavras: o cliente deixou de confiar apenas em marcas e passou a buscar pessoas com nome, rosto e voz. E isso vale especialmente na advocacia, onde o serviço prestado é, por natureza, intangível e baseado em confiança pessoal.
É nesse pano de fundo que o LinkedIn se consolida como a principal arena de construção de autoridade. Não apenas porque é uma rede com mais de 80 milhões de usuários no Brasil, mas porque ela opera como um espaço simbólico: é onde se observa quem ocupa o jogo, quem influencia o mercado, quem compartilha leitura de cenário e quem está em silêncio. No jurídico, silêncio é ausência. E ausência, hoje, é irrelevância.
O Algorithm Insights 2025, de Richard van der Blom, reforça empiricamente essa virada de chave. A pesquisa comprova aquilo que a intuição de muitos profissionais já percebia: perfis pessoais têm, em média, 10 vezes mais alcance orgânico do que páginas institucionais. E mais do que isso, o engajamento é também mais qualificado. Posts assinados por sócios, líderes ou especialistas geram mais comentários, mais compartilhamentos e mais conversas do que as publicações das company pages.
A razão por trás disso é simples, ainda que desconfortável para quem cresceu no paradigma institucional: o algoritmo aprendeu o que muitos escritórios ainda resistem em aceitar. O público confia mais em pessoas do que em logotipos.
Mas isso não significa que a marca institucional tenha perdido seu lugar. Significa apenas que ela não se sustenta mais sozinha. Ela precisa ser habitada, interpretada, defendida. A boa gestão de marca hoje não se limita a manter o manual de identidade visual atualizado, mas envolve capacitar lideranças para se comunicarem com consistência, presença e responsabilidade. É isso que transforma uma marca em reputação.
O dado mais importante aqui talvez não esteja no número de seguidores ou na taxa de alcance. Está no que esses números revelam: o centro de gravidade da comunicação jurídica se deslocou. Ele saiu das vitrines institucionais e foi para os perfis pessoais. Para os CPFs que constroem, com método e regularidade, narrativas públicas de autoridade.
É essa lógica, de que o branding jurídico do futuro é biográfico, que o relatório de Richard van der Blom ajuda a materializar com dados. E é a partir dessa lógica que os próximos tópicos deste artigo vão explorar o que, afinal, o algoritmo do LinkedIn está premiando em 2025 e como sócios e escritórios podem (e devem) ajustar suas estratégias a essa nova realidade.
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